terça-feira, 22 de abril de 2008

Story-boards ajudam a compreensão do fato

(*) Wemerson Augusto

Analisando dois recortes jornalísticos da Folha de S.Paulo, mais precisamente no caderno "Cotidiano" de quarta (16/4) e sexta-feira (18), constata-se mais uma vez que a imagem por meio de desenhos e story-board – seqüência de desenhos que apresenta momentos sucessivos de um fato noticiado ou versões do acontecimento – pode contribuir, e muito, para o entendimento e compreensão de certas realidades.

O exemplo mais clássico do uso da arte ilustrativa pela imprensa nos últimos dias foi no caso Isabella Nardoni. Diversos jornais impressos do país lançaram mão de rabiscos e conhecimentos de histórias em quadrinhos para levar ao leitor um pouco do que poderia ter acorrido na sinistra noite de 29 de março, em um apartamento da Vila Isolina, zona norte de São Paulo.

Sem fotos, com muitas contradições e especulações no ar, a imprensa foi obrigada a reconstituir a passagem criminosa. As encarregada dessa missão foram as histórias seqüenciais. No caso da Folha, as duas matérias escolhidas para este recorte puderam contemplar ao leitor uma sintetização de dezenas de versões.

Didática e arte da reconstituição

Na reportagem de 16/4, três story-boards enriquecem a matéria e oferecem dados suficientes para o leitor problematizar o fato. "Conclusões da polícia", "Versão do casal" e "Os fatos" são três artes que podem situar até mesmo o cidadão que estivesse até então desatento ao fato. A edição do "Cotidiano" de 18/4 seguiu a mesma tendência, com a reconstituição "Como foi a morte de Isabella".

A exposição dos quadros com os desenhos colaborou bastante para a compreensão do espantoso fato que causou comoção nacional. A imprensa usou da didática e da arte para refletir junto com a sociedade os desdobramentos do episódio.

Este artigo foi publicado orininalmente no Observatório da Imprensa

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Animação japonesa, mangás e o estilo nacional

oLá, povo meu! Há tanto tempo que estou afastado do blog, que muitos aqui não vão me conhecer. Mas venho acompanhado cuidadosamente o que vem sendo postado e fico feliz de ter tantas pessoas preocupadas com a qualidade de nossos Fanzines.

eStive lendo constantemente sobre hqs, principalmente o “boom” que aconteceu no Japão nestes últimos 60 anos. Não tenho tanta autoridade no assunto pra falar, mas enquanto lia relembrava um tema há muito esquecido por mim:


Qual é o esTilo bRasileiro?

mAis Fácil responder “qual é a do brasileiro?”. Mas a resposta seria uma extensa critica. Não vou malhar ninguém (porque tenho mais o que fazer).

mAs houve um tempo, logo que nos sobreveio a onda de revistas sobre super-herois, animação japonesa e mangá, logo que surgiram os primeiros “maiores eventos da América Latina” (todo este esforço pra não citar nomes, embora mereçam). E com tudo isso fãs de animação, hqs e também fanzineiros reuniram-se sob um mesmo telhado, por assim dizer. Naquele tempo se falava no estilo de desenho brasileiro.

nÃo sei qual a pretensão de se fundar um estilo que se caracterize “nacional”. Talvez recriar aqui o fenômeno americano de consumo de Hqs. Ou o fenômeno japonês, que é mais recente, e se tornou tão expressivo a ponto de influenciar a produção e o consumo de outras mídias, além de extrapolar as fronteiras do próprio Nippon.

tAlvez a iniciativa almeje atingir um padrão mais aceitável e com isso chamar a atenção do público local que está totalmente enfeitiçado pelos poucos trabalhos estrangeiros que chegam nas bancas, sufocando o que é nosso. A ponto de, tanto as editoras quanto os consumidores, abandonar os artistas nacionais sem mesmo avaliar se suas criações são boas ou ruins.

é Triste confiar que intitular a “coisa” ou dar formas à ela possa acontecer de um dia para o outro e, que por si só, possa resolver o problema do roteirista/ desenhista/ editor brasileiro. Além do que não acredito que “uniformizar” é algo realmente louvável. Mesmificar é, também, reprimir a criatividade em muitos casos.

mAs é certo que é preciso zelar pelo “padrão de qualidade”. Absorver o que nos é oferecido (hqs, mangás, animes, etc...) e buscar mais em revistas diversas, culturas e formas de expressão diferentes e, principalmente, livros. E é nisso que o fanzineiro tem de persistir. Em conhecer além das suas animações e quadrinhos favoritos. Pois só isso não basta e não é suficiente para confeccionar histórias com qualidade competitiva e conquistar a confiança do leitor brasileiro.

Fiquem na paz.

ps.: Quando digo “nossos Fanzines”, quero dizer: fanzines brasileiros.

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